Na hipótese de haver garantia parcial do débito, o juiz pode determinar, mediante requerimento do exequente, a inscrição do nome do executado em cadastros de inadimplentes.

Dispõe o art. 782, § 3º, do CPC/2015 que, a requerimento da parte, o juiz pode determinar a
inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes.

Tal medida aplica-se tanto à execução de título extrajudicial quanto ao cumprimento definitivo de
sentença (art. 782, § 5º, do CPC/2015) e só pode ser determinada se houver prévio pedido do
exequente. E, havendo requerimento, o juiz poderá ou não o deferir “a depender das circunstâncias
do caso concreto” (REsp 1.827.340/RS, Segunda Turma, DJe 11/10/2019). Ou seja, cuida-se de faculdade atribuída ao juiz.

Acerca do cancelamento da restrição, o art. 782, § 4º, do CPC/2015 estabelece que “a inscrição
será cancelada imediatamente se for efetuado o pagamento, se for garantida a execução ou se a
execução for extinta por qualquer outro motivo”.

Consabidamente, na interpretação das normas que regem a execução, deve-se extrair a maior
efetividade possível ao procedimento executório. A doutrina processualista alerta para a
necessidade de a interpretação dar prevalência, tanto quando possível, ao princípio da efetividade
da execução. Vale dizer, deve-se sempre propiciar a pronta e integral satisfação do crédito
exequendo.

Não se ignora que o art. 805 do CPC consagra o princípio da menor onerosidade da execução,
segundo o qual, “quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará
que se faça pelo modo menos gravoso para o executado”. Entretanto, a jurisprudência do STJ é no
sentido de que a menor onerosidade da execução não se sobrepõe à sua efetividade.

Com assento nessas premissas, sopesando os direitos fundamentais em conflito – de um lado o
direito fundamental do credor à tutela executiva e, de outro, os direitos de personalidade do
executado -, deve prevalecer o direito do credor à integral satisfação da obrigação. Isso significa que,
se o débito for garantido apenas parcialmente, não há óbice à determinação judicial de inclusão do
nome do executado em cadastro de inadimplentes, mediante prévio requerimento do exequente.

REsp 1.953.667-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira
Turma, por unanimidade, julgado em 07/12/2021

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