Marcelus Bob, um artista de vanguarda

Autor(a): Nélio Silveira Dias Júnior

Data: 10/12/2022

Marcelino William de Farias é o seu nome de batismo. Natalense, nascido no Passo da Pátria, em 3/3/1958. Mas, criado em Mãe Luiza, bairro onde atualmente mora. Na ETFRN (IFRN), concluiu seus estudos. Mais do que isso, tomou gosto pela arte.

A partir daí, com o pseudônimo Marcelus Bob, iniciou sua carreira de artista plástico, na década de 80, incentivado pelo Prof. Thomé Filgueira, um dos maiores pintores impressionistas do Brasil.

Autodidata, teve como principal referência, seus pais: José Pedro de Farias Filho, escultor, e Odete do Carmo de Farias, instrumentista de corda, suas verdadeiras fontes de inspiração.

De lá para cá, apresentou várias exposições individuais e participou de incontáveis coletivas. Recebeu premiações por seu trabalho, em Natal e fora daqui. Em 2005, foi considerado “um dos 100 maiores artistas de vanguarda do mundo”, segundo a revista alemã Neue Blätter.

Marcelus Bob é um artista de vanguarda, sem necessariamente pertencer a qualquer movimento artístico ou ter sido por ele diretamente influenciado. Tem seu próprio estilo: com “cores vibrantes, imagens marcantes e traço forte e peculiar”.

A arte de Marcelus Bob, para Dorian Gray, não é a rigor nem cubista nem surrealista. Observou algumas lições das duas escolas (de difíceis interpretações), impulsionado mais pela visualização do que pelo entendimento. Delas, codificou alguns símbolos cotidianos (gráficos e sinais luminosos) de certa maneira cubista e outros de escolhas preconcebidas (pássaros, carros, portas, folhas), de razões mais subjetivas, ligadas a uma realidade interior ou a uma supra-realidade (Artes Plásticas do Rio Grande do Norte).

Na pintura, o seu traço mais marcante são os humanoides, personagens por ele idealizados. Influência do grafite, quando deixava sua marca nos muros da cidade, arte da qual foi em Natal precursor.

O artista transmite, além de uma sensação de paz, equilíbrio e harmonia, um lirismo contido na aplicação dos tons intermediários, onde a cor registra simbolicamente crepúsculos e amanheceres luminosos, marcados por uma série de pequenos objetos (chapéus, pássaros, folhas), num saudosismo lúcido, muito próximo dos símbolos da infância nunca perdida, mas sempre perseguida ou recriada com novas razões de alegria (Dorian Gray).

Atualmente, sua obra faz parte do acervo da Pinacoteca do Estado do RN e sua arte tem reconhecimento internacional, podendo ser encontrada em 12 países europeus e em toda a América (Galeria B-612).

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