Junqueira Aires: um brilhante representante potiguar

Autor(a): Nélio Silveira Dias Júnior

Data: 19/06/2021

Junqueira Aires era Luís Francisco Junqueira Aires de Almeida. Nasceu em 1860 e se formou em engenharia civil no Rio de Janeiro. Político (deputado provincial) que defendeu a Bahia, sua terra, no Império.

Depois disso, veio para Natal para fiscalizar a Estrada de Ferro: Natal-Nova Cruz, por designação do governador Pedro Velho, de quem era amigo pessoal desde os tempos universitários no Rio de Janeiro, apesar de terem feito cursos diferentes. Pedro Velho formou-se em medicina.

Aqui, com a Proclamação da República (1889), Junqueira foi eleito como representante do Rio Grande do Norte na Câmara dos Deputados, com a ajuda e indicação de Pedro Velho.

Foi um dos maiores oradores da Câmara dos Deputados e o maior que passou nas terras potiguares. Era um tribuno genial.

Era o Dr. Junqueirinha: prodigioso, inexorável, original. De uma eloquência poderosa. Seu vocabulário, a rapidez fulminante da dicção, sagrou-se o tribuno incontestado, como descreveu Câmara Cascudo, em seu livro “Velhas Figuras”.

Com o seu falecimento, em 1896, Junqueira Aires passou a ser o nome de uma das ruas mais bonitas de Natal do início do século XX, que ligava a Ribeira à Cidade Alta.

Ali, ficavam as mais belas construções da cidade, com vistas para o Rio Potengi. Destaca-se o Solar Bela Vista, construído por Aureliano Medeiros. A Capitania das Artes é outro exemplo, construído para abrigar a Capitania dos Portos, que lá funcionou até 1972. Tem-se, também, o Instituto Câmara Cascudo. Antes foi a casa desse historiador e folclorista, adquirida em 1947, onde lá viveu até o fim dos seus dias em 1986. A casa foi construída na forma de chalé em 1900, pelo industrial Afonso Saraiva Maranhão.

Mas, com um simples ato (legislativo) retirou-se o nome da avenida Junqueira Aires, matando a história e assassinando a memória da população natalense. Nada justifica tal atitude.

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