Homero Homem: um escritor potiguar
Data: 02/04/2023
Às vezes, para se ler um bom romance, não precisa ir muito longe, a prata da casa é suficiente.
É o caso de Homero Homem de Siqueira Cavalcanti (1921-1991).
Homero, filho de Joaquim Siqueira, nasceu na fazenda de seu pai, no Engenho Catu, em Canguaretama/RN. Estudou e se formou em Natal.
Aqui, deu seus primeiros passos literários, mas seu amadurecimento aconteceu no Rio de Janeiro, para onde se mudou ainda jovem. Ali, morou e passou seus últimos dias.
Escreveu contos, novelas e vários romances, dentre eles, os seguintes: “Cabra das Rocas”; “Menino de Asas”; “O Excepcional-Flor que Nasceu com uma Pétala de Mais”; “O Goleador”; “O Moço da Camisa 10”.
O seu livro “Cabra das Rocas” fez muito sucesso. Foi traduzido em italiano, com venda fora do Brasil. Nele, Homero Homem conta a estória cativante de um menino pobre, que viveu no século passado em Natal, que para estudar em colégio renomado precisou ter muita determinação e driblar o preconceito social. Critica construtivamente as discrepâncias sociais e enobrece o estudo, mostrando que esse é o meio para se obter o sucesso.
Esse romance é maravilhoso, uma lição de vida.
Outro romance escrito por esse potiguar arretado, que merece ser ressaltado, foi “Menino de Asas”, também sucesso de crítica.
Esses romances fizeram parte da série Vaga-Lume, coleção de livros brasileiros voltada para o público infantojuvenil, lançada na década de 70 pela Editora Ática. Outrora, adotado nas escolas potiguares.
Homero Homem, escritor conhecido nacionalmente, foi por muito tempo considerado um dos ficcionistas potiguares mais lidos no Estado. Soube reunir prosa e poesia, tornando a escrita leve e encantadora.
Não só na prosa se destacou. Homero também escreveu poemas, reunidos em vários livros, tais como: “Rei Sem Sono”; “O País do Não Chove”; “O Luar Potiguar”.
Homero Homem conviveu com os grandes modernistas da época, como, por exemplo, Carlos Drummond de Andrade.
Além de escritor, foi um excelente jornalista. Iniciou sua carreira profissional no Rio Grande do Norte. Mas, não demorou e foi fazer carreira fora daqui. Trabalhou como redator político e repórter especial do Diário de Notícias junto à Câmara dos Deputados e foi colaborador do suplemento literário desse matutino. Depois disso, passou pelo Estado de São Paulo, Manchete, Última Hora, Revista do Globo, Leitura (jornaldepoesia.jor.br)
Infelizmente, pouco a pouco os livros de Homero foram caindo no esquecimento. Os novos estudantes do ensino fundamental e médio do Rio Grande do Norte talvez não conheçam seu conterrâneo, o que é lamentável.
Ainda é o momento de se mostrar a vida e a obra desse escritor, reeditando seus livros e os lançando, com ampla divulgação, para que, quem sabe, as escolas do Rio Grande do Norte possam adotá-los para leitura paradidática.
FONTES:
Tribuna do Norte (28/2/2021)
jornaldepoesia.jor.br
papocultura.com.br (21/1/2021)
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