Antônio de Souza: um intelectual na política
Data: 23/10/2021
Antônio José de Melo e Souza era de Nísia Floresta (antiga Vila de Papari). Ali nasceu em 1867. Apesar de ser filho de dono dos Engenhos Capió e São Luiz e de proprietário de grandes extensões de terras em Papari, percebeu, desde cedo, que seu destino não era suceder seu pai e que seus horizontes iam muito além daquela região.
Formou-se no Curso de Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito do Recife, em 1889. No meio Jurídico, a sua atividade foi profícua: Advogado, Consultor Geral do Estado, Promotor de Justiça e Procurador da República.
Antônio de Souza foi um intelectual, dono de uma das maiores bibliotecas do Estado. Lia e falava em diversas línguas, um verdadeiro poliglota. Iniciou sua trajetória literária ainda novo, na qualidade de jornalista, utilizando o pseudônimo Polycarpo Feitosa. No jornal “A República”, do qual foi redator, escreveu excelentes crônicas, indiscutíveis peças literárias.
No entanto, não ficou só nisso, mais tarde publicou vários livros: de contos “Encontros do caminhos” (1936); de poesias “Jornal de Vila” (1939); e de romances, dentre os quais, “Flor do Sertão” (1928), “Gizinha” (1930), “Alma Bravia” (1934), Os Moluscos (1938) e Gente Arrancada (1941).
Antônio de Souza atuou com prestígio na vida literária e cultural da cidade de Natal, ao lado de grandes figuras, como, por exemplo, Henrique Castriciano.
Na política, também, destacou-se. Exerceu vários cargos públicos, além de Secretário de Governo, foi Deputado Estadual, Governador e Senador da República.
Antônio de Souza governou o Estado do Rio Grande do Norte por duas vezes, de 1907 a 1908, e depois, de 1920 a 1924. Com conduta moral ilibada e muita honestidade, fez uma boa gestão. Implantou escolas, normais e profissionalizantes; revitalizou o sistema financeiro; implementou ações na área sanitária; e combateu os efeitos da seca que assolava o Estado.
Seu governo notabilizou-se na atuação na área educacional, principalmente, possibilitando e aumentando o acesso das mulheres à educação, tendo com isso impulsionado o movimento feminista, que, logo depois, conquistou o voto feminino, dando ao Rio Grande do Norte, nesse caso, o pioneirismo.
Um verdadeiro intelectual na política.
Faleceu, em 1955, em Recife, isolado e sem reconhecimento público.
Lembrar grandes figuras do Estado do Rio Grande do Norte é um dever e, às vezes, um reconhecimento pelos serviços prestados ao povo potiguar.
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