André Vicente e Silva, artista plástico, que merece atenção
Data: 30/04/2023
André é natural de Caicó. Nasceu ali em 14/2/1972. Formado em História pela UFRN. Artista plástico sensível aos acontecimentos do dia a dia.
O sertão é bem retratado por ele.
As telas em destaque, tendo à frente um vaqueiro, “filhos da sorte”, demonstram a sua lida diária, tangendo o gado, pra lá e pra cá, sempre em busca de alimentação e água, situação escassa no período de seca, que demanda, às vezes, para suprir a necessidade, percorrer um longo caminho.
O vaqueiro é uma das pessoas mais importantes de uma fazenda. Seu trabalho é duro e diário. Seu principal instrumento é o cavalo, que boa parte do tempo está com ele – percorrendo estradas, atravessando rios, vencendo obstáculos – e sua indumentária é a roupa de couro (perneira, gibão, peitoral, botas e chapéu), para protegê-lo do sol forte e da vegetação local.
Através do cenário retratado pelo artista, percebe-se que o vaqueiro e o cavalo são um exemplo do valor da parceria na vida, em que cada um contribui com suas forças e habilidades para juntos alcançar o objetivo. São um símbolo da cumplicidade e da união entre seres diferentes, mas que se completam. É uma “Ode à Alegria” entre o homem e a natureza, em que cada um se fortalece e ganha um propósito maior.
O trabalho de André Vicente ganhou relevo na cidade de Caicó e na região. Mas, não parou por aí. A todo instante ganha novos ares.
Há um sertão que se revela através da mitologia e da crença, que transforma casebres em catedrais, melancolias em beleza rara e perturbadora. Há um sertão que habita a alma de todos nós, que recupera memórias, que descobre verdades e mentiras jamais vividas nesse território da fantasia (Marcus Lontra).
O sertão, idealizado pelo artista, é encantador. Com seus traços e cores vibrantes, faz surgir a caatinga viva, simbolizada pelo mandacaru, xique-xique, jurema e o panasco, revelando a sua sensibilidade e a preocupação com as agruras do Nordeste, o que enaltece o seu trabalho.
