Abraham Palatnik: um norte-rio-grandense que brilhou nas artes plásticas

Autor(a): Nélio Silveira Dias Júnior

Data: 02/04/2022

Esse potiguar, nascido em Natal, em 1928, radicou-se no Rio de Janeiro e ali desenvolveu seu talento, tornando-se um artista plástico, pioneiro em arte cinética no Brasil.

Suas obras, diferentes no conteúdo, criam movimentos e jogos de luzes. “Expande os caminhos das artes visuais ao relacionar arte, ciência e tecnologia”. O seu trabalho, de modo bastante criativo, foi pioneiro, e fez sucesso no Brasil e no exterior.

A arte de Abraham, para Dorian Gray, realmente tem uma magia inventiva, um sortilégio. Transubstancia-se em outras formas numa crescente evolução de arte pura. As imagens nas projeções de arte de Palatnik evoluem para outras possibilidades, liberando o espectador dos padrões convencionais (Artes Plásticas do Rio Grande do Norte).

Na sua carreira, Palatnik realizou várias exposições no Brasil. Em São Paulo, participou de quatro Bienais, tendo em uma delas recebido a menção honrosa do júri. No Rio de Janeiro, fez exposição individual no Museu de Arte Moderna.

Mas, seu reconhecimento ultrapassou as fronteiras do Brasil. “Em 1964, participou da XXXII Bienal de Veneza, além de exposições em galerias privadas em Paris, na França, e Ulm, na Alemanha. No ano seguinte, participou da III Bienal Americana de Córdoba”(Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro – FGV, 2001).

Suas obras estão nas coleções de museus como o de Arte Moderna de Nova York (MoMA) e de Arte Moderna de São Paulo (MAM).

Palatnik depois que se projetou se manteve sempre em alta e com muito prestígio. Em 2018, aos 90 anos, ganhou o prêmio: Faz Diferença, promovido pelo jornal O Globo, na categoria Artes Plásticas.

Esse grande artista plástico morreu no Rio de Janeiro em 2020, aos 92 anos, vítima de COVID-19, reconhecido nacional e internacionalmente, mas pouco conhecido na sua terra: Natal.

Abraham pertence a família Palatnik. Judeus que vieram da Ucrânia para Natal nas primeiras décadas do século XX. Aqui, fixaram a sua moradia e se estabeleceram comercialmente. Inicialmente, 4 irmãos: Tobias, Adolfo, Jacob e José. Com o passar do tempo, uma família numerosa. No começo, vendiam mercadoria de porta em porta aos moradores das Rocas. Depois, com o seu crescimento econômico, adquiriram fazendas, abriram casa de comércio (na Ulisses Caldas e na Dr. Barata) e fábricas de móveis e de mosaicos.

O negócio mais famoso foi a loja de móveis, chamada Casa Sion, tendo inclusive confeccionado os móveis do Palácio Felipe Camarão na época de sua inauguração.

A família Palatnik se inseriu na vida social natalense e aqui diversificou seus negócios. A construção civil foi um dos seus investimentos.

Em Natal, construiu a Vila Palatnik, na Av. Deodoro da Fonseca com a Ulisses Caldas (na quadra ao lado do Colégio da Conceição), e as casas de veraneio na Ponta do Morcego. Para preservar a cultura judaica, construiu escola, o centro religioso (CIRN) e o Cemitério Israelita (Quadra específica no Cemitério do Alecrim).

No Palácio da Cultura (antigo Palácio Potengi), estão sendo expostas telas de grandes pintores potiguares, dentre elas, amostras da pintura de Abraham Palatnik.

Vale a pena conferir.

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