A Escola Agrícola de Jundiaí: um pilar das ciências agrárias
Data: 03/11/2024
A Escola Agrícola de Jundiaí é uma instituição de excelência que, há décadas, se destaca na formação de profissionais qualificados, na difusão de conhecimentos e na promoção de técnicas agrícolas inovadoras.
Com foco na produção sustentável, a escola fortalece o meio rural e contribui diretamente para o desenvolvimento econômico do Rio Grande do Norte.
Mas, para que a Escola Agrícola de Jundiaí se tornasse a realidade de hoje, foi necessária, no passado, a visão, a coragem e a dedicação de Enock de Amorim Garcia.
Enock Garcia, um visionário, um construtor de sonho.
Advogado formado pela Faculdade de Direito do Recife, Dr. Enock foi mais que um profissional do direito. Durante anos, atuou como Secretário de Agricultura nos governos de Rafael Fernandes, Ubaldo Bezerra e José Augusto Varela, sempre defendendo com paixão a causa do campo. Foi essa paixão que o levou a fundar a Escola Agrícola de Jundiaí, tornando-se seu primeiro diretor.
Não se limitou a idealizar o projeto: arregaçou as mangas e trabalhou incansavelmente para concretizá-lo. Enfrentando uma época de recursos escassos, Enock buscou apoios políticos, garantindo verbas iniciais junto ao deputado federal Aluízio Alves, que permitiram dar o pontapé inicial, com a construção das primeiras salas de aula, capela e auditório. Ele acompanhava pessoalmente as obras, fiscalizando cada detalhe.
E foi com essa persistência que, em 2 de abril de 1949, sob o governo de José Augusto Varela, a Escola Agrícola de Jundiaí foi finalmente inaugurada.
Antes de a escola existir, Jundiaí era apenas uma área rural às margens do rio que levava esse mesmo nome, pertencente ao antigo engenho fundado por Fabrício Gomes Pedroza, o fundador de Macaíba. Depois, a propriedade foi adquirida no início do século XX pelo governador Alberto Maranhão e, mais tarde, cedida à União Federal.
No local, antes da fundação da Escola Agrícola de Jundiaí, ainda de forma embrionária, foi instalado o Campo de Demonstração Agrícola, que teve à frente o brilhante agrônomo Octávio Lamartine, desenvolvendo técnicas agrícolas inovadoras com foco na cultura do algodão, aproveitando-se da terra fértil e das águas abundantes do Rio Jundiaí.
A Escola Agrícola de Jundiaí, com o passar dos anos, foi incorporada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), passando de órgão suplementar a Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias.
Atualmente, a escola se dedica “ao desenvolvimento tecnológico das cadeias produtivas agroalimentares e agroindustriais, dispondo de estrutura robusta que contempla áreas de ensino, pesquisa e extensão. Seus cursos abrangem desde agricultura e pecuária até agroindústria e comércio,” formando profissionais aptos a promover práticas sustentáveis e a impulsionar o desenvolvimento rural.
A Escola Agrícola de Jundiaí não é apenas um centro de formação técnica: é um patrimônio cultural e histórico do Rio Grande do Norte. O campus é um verdadeiro oásis de aprendizado e preservação ambiental, onde áreas verdes se misturam com prédios históricos: a capela e a bela casa em estilo clássico, símbolos de um passado que continua vivo. Lá, preserva-se até a árvore Macaíba que deu o nome à cidade.
Ao mesmo tempo, a escola conta com estruturas modernas, como a Biblioteca Rodolfo Helinski, que representa o encontro entre tradição e inovação. O prof. Rodolfo, um polonês que dirigiu a escola de 1975 a 1982, deixou um legado que ainda ecoa pelos corredores e campos da instituição.
A Capela da escola, construída no início da década de 50, é um templo religioso de grande valor histórico-cultural, que tem Santa Luzia padroeira, cuja festa é celebrada ali em 13 de dezembro.
O potiguar tem motivo de sobra para se orgulhar da Escola Agrícola de Jundiaí. Visitar o campus é uma oportunidade de conectar-se ao passado e vislumbrar o futuro. Cada espaço, das construções antigas às modernas, conta uma parte dessa inspiradora história.
Fontes:
– Livro: Escola Agrícola de Jundiaí, Ontem, Hoje e Amanhã, de Rivaldo D’Oliveira;
– Livro: Octávio Lamartine de Faria, Vida, Visões e Versões, de Anderson Tavares de Lyra; Cícero José de Araújo Silva; Octávio Lamartine de Azevedo;
– Jornal Tribuna do Norte;
– Potiguar Notícias;
– Fundação José Augusto: figura de destaque.
Voltar