Bernardo Vieira de Melo, ou simplesmente Bernardo Vieira

Autor(a): Nélio Silveira Dias Júnior

Data: 08/05/2021

É assim como o potiguar o conhece há bastante tempo, por ter sido o nome de uma importante avenida de Natal.

Nascido em Pernambuco, em 1658, foi dono de engenhos nesse Estado. Pertencente à aristocracia portuguesa e com dinheiro sobrando, não se acomodou nessa condição. Deixou o seu conforto familiar para lutar pelos seus ideais.

Militar de carreira, lutou contra índios revoltados e quilombolas de Palmares, assim como em vários conflitos armados, sempre com garra e determinação.

No comando das tropas, Bernardo Vieira de Melo participou da Guerra dos Mascates (1709-1710), confronto entre os senhores de engenho da cidade de Olinda – à época, principal cidade pernambucana – e os comerciantes portugueses sediados no povoado de Recife, contra a cobrança de altíssimos juros pelos empréstimos que lhes foram feitos para salvar a produção açucareira então em decadência. Luta que culminou na vitória dos recifenses-mascates, transformando Recife em cidade e, posteriormente, na capital de Pernambuco.

No Rio Grande do Norte, lutou contra os indígenas, em 1694, quando avançaram em direção ao vale do Ceará Mirim, ameaçando invadir Natal, e os venceu. Esse conflito foi denominado de Guerra dos Bárbaros. Depois disso foi governador e capitão-mor da capitania do Rio Grande do Norte (1695).

Esse político brasileiro, também, exerceu o cargo de senador (vereador) da Câmara de Olinda e de capitão-mor da província de Igarassu/PE, sua terra. E mais tarde propôs que Olinda se libertasse do domínio português e que se tornasse uma república aristocrática.

Derrotado o movimento republicano, esse guerreiro foi preso e condenado por crimes de lesa-majestade e inconfidência. Morreu na cadeia, em 1714.

Esse sertanista tem serviço prestado ao Rio Grande do Norte. “Desomenagear” Bernardo Vieira, dando o nome de outra pessoa à avenida que carregava o seu, por mais merecedora que seja, é um desserviço à história e um desrespeito à memória urbana da cidade.

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